terça-feira, 19 de abril de 2011

Letramento Digital


O computador e a internet vieram causar uma explosão na maneira de comunicar-se e de adquirir informação. Esse fenômeno é global, em instantes, através destes meios, podem-se acessar informações de qualquer lugar do planeta. No mesmo momento que ocorre um incidente pode-se ter conhecimento independentemente de onde o indivíduo esteja. Através do computador as pessoas praticam a leitura e a escrita, se comunicam e interagem, tornam-se sujeitos da informação.

Por Letramento Digital compreende-se a capacidade que tem o indivíduo de responder adequadamente às demandas sociais que envolvem a utilização dos recursos tecnológicos e da escrita no meio digital.
O letramento digital é mais que o conhecimento técnico. Ele inclui ainda, segundo Carmo (2003), “habilidades para construir sentido a partir de textos multimodais, isto é, textos que mesclam palavras, elementos pictóricos e sonoros numa mesma superfície. Inclui também a capacidade para localizar, filtrar e avaliar criticamente informações disponibilizadas eletronicamente”. É a capacidade de manusear naturalmente com agilidade as regras da comunicação em ambiente digital.

Para Soares (2002), não existe “o letramento”, mas, “letramentos”, a tela do computador se constitui, neste sentido, como um novo suporte para a leitura e escrita digital. Segundo ela, a tela é considerada como um novo espaço de escrita e traz mudanças significativas nas formas de interação entre escritor e leitor, entre escritor e texto, entre leitor e texto e até mesmo entre o ser humano e o conhecimento.

Para Soares, essas transformações têm desdobramentos sociais, cognitivos e discursivos, “configurando assim, um letramento digital”. Uma pessoa letrada digitalmente necessita de habilidade para construir sentidos a partir de textos que compõem palavras que se conectam a outros textos, por meio de hipertextos e links; elementos pictóricos e sonoros. Ele precisa também ter capacidade para localizar, filtrar e avaliar criticamente informação disponibilizada eletronicamente, e ter familiaridade com as normas que regem a comunicação com outras pessoas através dos sistemas computacionais.

Segundo Barton (1998 apud Xavier, 2007) como existem vários tipos de letramento, o letramento digital seria um tipo e não um novo letramento imposto à sociedade hodierna pelas novas tecnologias. Para ele os tipos de letramento mudam porque são situados na história e acompanham a mudança de cada contexto tecnológico, social, político, econômico ou cultural numa sociedade. O letramento também pode ser transformado pelas instituições sociais que estão em constante relação de luta pelo poder e acabam por influenciar a comunidade a aprender o tipo de letramento que lhe é dado como oficial, portanto deve ser assimilado.

Assim, o que anda ocorrendo atualmente é uma adoção do tipo de letramento alfabético para o digital. Para Xavier, o “alfabético está servindo de apoio para a aprendizagem do letramento digital”. Em plena era da informação a gama de conhecimento que é gerado a cada momento, a aquisição do letramento alfabético, se torna um meio de alcançar a cidadania. Não se esquecendo que para que haja de fato conhecimento é necessário a absorção crítica das informações.

Xavier (2007) diz que “a principal condição para a apropriação do letramento digital é o domínio do letramento alfabético pelo indivíduo”. Isto quer dizer que um indivíduo só pode utilizar plenamente as vantagens da era digital à sua necessidade se tiver aprendido a escrever, a compreender o lido, se tiver dominado o sistema alfabético ao ponto de ter alcançado um grau elevado das convenções ortográficas que “orientam o funcionamento da modalidade escrita de uma língua”. Em síntese, apenas o letrado alfabético tem a qualificação para se apropriar totalmente do letramento digital.


Pedagoga Especialista em Docência Universitária pela UEG, Graduada em Língua Portuguesa pela Universidade do Vale do Acaraú, Pós graduada em Língua Portuguesa pela Universidade Salgado de Oliveira,  Pós Graduanda em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela FACER.  Professora regente do 5°Ano do ensino fundamental da Escola Pequeno Príncipe. Membro do Conselho Universitário da UEG de Jaraguá.